LAND IN BRAZIL: FARMERS V
AMERINDIANS
A lengthy
dispute over rival land claims turns violent
TERRA NO BRASIL: FAZENDEIROS VS. INDÍGENAS
Uma longa disputa por reivindicações de terra opostas torna-se violenta
The Economist, Jun 15th 2013
When Brazil’s
constitution was adopted in 1988, five years was meant to be enough to decide which areas should be declared Amerindian tribal lands. Nearly 25
years later, the country has 557
indigenous territories covering 13% of its area, most of them in the Amazon. But more than 100 others are still
being considered (PERGUNTA 1). The delay is
causing conflict in long-farmed regions farther south.
Quando a constituição do
Brasil foi adotada em 1988, cinco anos foram
previstos ser o suficiente para decidir que áreas seriam declaradas terras indígenas. Aproximadamente 25
anos depois, o país tem 557
territórios indígenas cobrindo 13% da sua área, a maioria na Amazônia.
Mas mais de 100 outras estão sendo consideradas. O atraso está causando conflitos em regiões há muito tempo cultivadas, mais ao sul.
In the past month several Terena Indians have been
injured and one killed in confrontations with police and farmers in
Sidrolândia in Mato Grosso do Sul. It is just the latest flashpoint in a
heavily agricultural state that is home to less than a tenth of Brazil’s 900,000 Indians, but more than half of those
murdered since 2003 (PERGUNTA 2). Federal security forces have been sent to
keep the peace at Sidrolândia. Funai, the agency that advises the federal
government on demarcation, is under fire in Congress and faces losing some of its
powers. On June 7th its boss stepped
down, citing ill health.
No mês passado vários indígenas da tribo Terena
foram feridos e um assassinado em
confrontos com a polícia e fazendeiros em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul.
Isto é apenas o mais recente foco de
conflito em um estado fortemente agrícola que é o lar de menos de um décimo (10%) dos 900 mil indígenas no Brasil, mas mais da metade daqueles
assassinados desde 2003. Forças de segurança nacional têm sido enviadas para
manter a paz em Sindrolândia. Funai, a agência/instituição que aconselha o
governo federal nas demarcações, está sob fogo no Congresso e enfrenta/corre o risco de perder sua influência/seu poder. No dia 7 de junho seu chefe renunciou, alegando problemas de saúde.
Funai started studying the
region the Terena tribe claims as its ancestral home in 1993. In 2001 it proposed an indigenous territory of 17,200
hectares (42,500 acres). Landowners whose
farms fell within it challenged the decision in court; some have titles dating from 1928, when the government ceded
2,090 hectares to the tribe and encouraged settlers
to farm neighbouring land (PERGUNTA
3). Since then Funai, the
justice ministry, the public
prosecutor’s office and various judges have argued over the territory’s
status. Last year owners of some of the 33 affected farms won a ruling granting
them continued possession.
A Funai começou a estudar
a região que a tribo Terena reivindica como sua terra ancestral em 1993. Em 2001, ela propôs um território indígena
de 17.200 há (42.500 acres). Fazendeiros cujas
terras estavam dentro desta área contestaram a decisão na corte/justiça; alguns títulos datavam
de 1928, quando o governo cedeu 2.090 ha à tribo e encorajou os colonizadores a cultivar terras vizinhas. Desde
então a Funai, o Ministério da Justiça, a promotoria pública e vários outros juízes têm argumentado sobre o status do território. Ano passado,
alguns dos proprietários das 33 fazendas afetadas ganharam a decisão judicial,
concedendo a eles a posse contínua.
The Terena, supported by Funai, continue to lay claim to the land. Last month they invaded several disputed farms. During a
failed attempt by police to evict them
from one owned by a former state politician, an Indian was
killed. On June 4th another was shot in the back on a neighbouring property. He
is unlikely to walk again (PERGUNTA 4). The evictions have now been
suspended and the occupations continue. The justice ministry is trying to gather together local and federal
politicians and tribal leaders to negotiate an end to the impasse.
A tribo Terena,
apoiada pela Funai, continua a reivindicar
a terra. Mês passado, eles invadiram
várias fazendas disputadas. Durante
uma tentativa fracassada da polícia de expulsá-los
de uma (fazenda) pertencente a um ex-político do estado, um indígena foi
assassinado. No dia 4 de junho outro foi baleado nas costas em uma propriedade
vizinha. Ele está impossibilitado de andar novamente. As expulsões foram
suspensas e as ocupações continuam. O Ministério da Justiça está tentando
reunir políticos federais e locais e líderes de tribos para negociar o fim do
impasse.
Nobody has a good word for Funai (PERGUNTA 5). The Indians themselves complain about its dilatoriness
in identifying lands they “traditionally occupy”. Contas Abertas, a
public-spending watchdog, points out
that much of its budget for
demarcation studies regularly goes unspent. Kátia Abreu, a senator and
president of the national farmers’ association, accuses it of bias against landowners and of inciting Indians to
invade farms. André Puccinelli, the governor of Mato Grosso do Sul, describes it as “incompetent” and wants the government to compensate farmers for the land they
lose.
Ninguém tem uma boa palavra sobre/apoia a
Funai. Os próprios indígenas
reclamam de sua lentidão em
identificar as terras que eles “tradicionalmente ocupam”. Contas Abertas, um “cão de guarda”/ONG fiscalizadora das
despesas públicas, destaca que muito de seu orçamento destinado a estudos de demarcação não é utilizado. Kátia Abreu, uma
senadora e presidente da associação nacional de agricultores, a acusa de viés contra agricultores e
de incitar indígenas a invadir fazendas. André Puccinelli, o governador do Mato
Grosso do Sul, a descreve como
“incompetente” e quer que o governo
compense fazendeiros pelas terras que eles perderem.
Brazil’s powerful farm lobby is now trying to change the
constitution to give Congress the final
say over future demarcations. That would probably mean few or no more
indigenous territories (PERGUNTA 6A). The government wants the power to
demarcate territories to remain with the justice minister and the presidency.
But in states where Funai’s rulings are fiercely contested, such as Mato Grosso
do Sul, it plans to start seeking second opinions from agencies seen as friendlier to farmers. That
might make decisions fairer - but no
speedier.
O poderoso lobby/cartel
agrário do Brasil está agora tentando mudar a constituição e dar ao
Congresso a palavra final sobre o
futuro das demarcações. Isto provavelmente significaria
menos ou nenhum mais territórios
indígenas. O governo quer que o poder de demarcar territórios continue com o
Ministério da Justiça e a presidência. Contudo, em estados em que as decisões
da Funai são ferozmente contestadas, como no Mato Grosso do Sul, ela planeja
buscar segundas opiniões de agências vistas como mais amigáveis para os
fazendeiros. Isto pode tornar as decisões mais
justas – mas não mais rápidas.
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